E vem você novamente, rotineiramente
andando pra lá e pra cá
advogadas, sociólogos, pediatras , cozinheiros, milionários,
pescadores, famigerados, desabrigados, curtos caminhos, poetas e músicos, complicados caminhos,
dentistas, médicos, arquitetos, longos caminhos
pontes, postes, mendigos, patricinhas, garotos e garotas, velhos, mecânicos, senhoras com óculos fundo de garrafa, pombos,
hipermercados, drogarias, drogas, chão, asfalto...
e quantas coisas mais? ...sou eu preso nesta cidade para sempre
minha ilha havaiana está muito longe, complicado caminho
rico ou pobre, vivo ou morto-vivo, sobrevivendo em muros cinza
nesta rotina massiva, são vocês e seus destinos, pontes
sou a ponte dos seus destinos
uma aposta cronometrada, num caminho amplo, e você, bela, formosa, chega,
em que eu perco e você leva meu coração, mas deixa um número,
era pra ser assim, um encontro simples com um futuro avassalador...
caminhos do jazz, devaneios do rock, escrituras de violência numa cidade abafada
nesta noite quente,
seremos luzes de madrugada,
gatos nos lixos,
seremos bêbados a luz do luar,
e não saberemos chegar em casa,
estacionaremos num limite de cidades
seremos esgoto, escrotos, seremos árvores de natal...
Seremos prédios iluminados pelos escritórios de contabilidade
um contador querendo se enforcar com seus números...
Serei então sua manhã, com torradas, cerejas e café
Numa manhã ensolarada em lençóis brancos... um cheiro de manga
e você se pergunta ...
como chegaremos neste patamar? ....
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