terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Pó de Diamantes



Crânio ossos pulverizados

uma luz no fim do túnel,

uma arma no chão e meu coração, não

Não é a cura que eu procuro

são seus olhos entrelaçados aos meus,

sua boca molhando minha alma

elevando minha calma,

esquecendo do frio

descendo nosso rio

de sonhos, de vitórias,

escapando pro infinito

desafiando sem medo os inimigos...

quebro o gelo quando posso

você me tirava do ócio

mas eu não encarava como um negócio

seus anéis brilhantes  e safados, relevos ondulados e saborosos,

sua brisa passou como um furacão nos meus cabelos

viajou pelas fibras óticas e caiu no esquecimento

não há mais porcelana para quebrarmos,

não há diamantes para reconstruirmos,

nos reduzimos ao pó...

e tudo que vejo são imagens suas nuas

fazendo pose esfarelando no ar

lambendo meu carinho

sentando num ângulo firme, gemendo em seu prazer abafado

seus sons só ficaram na memória e as vezes os resgato pra sair da rotina

não quero reviver passado,

mesmo vivendo amargurado

levo levando sossegado

até as faces de vocês sumirem por completo

esquecer daquela época de cara esperto

que vivia com uma ou mais pedrinhas brilhantes na minha cama...

já esta na hora de encarar os fatos

vontades são só vontades,

realizações valem mais do que simples prazer, e é assim que tudo se vai

castelos, sombras, prédios,

carruagens, saias, tédio,

calcinha, amor, remédio,

me tira desse inferno,

me coloca entre seus seios

e me leva pro incerto

deixaremos nossas fantasias falarem por nós

mas essa insatisfação não vai cessar,

talvez sim, no meu fim.


(FOTO : desconhecido) 

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