Crânio ossos pulverizados
uma luz no fim do túnel,
uma arma no chão e meu coração, não
Não é a cura que eu procuro
são seus olhos entrelaçados aos meus,
sua boca molhando minha alma
elevando minha calma,
esquecendo do frio
descendo nosso rio
de sonhos, de vitórias,
escapando pro infinito
desafiando sem medo os inimigos...
quebro o gelo quando posso
você me tirava do ócio
mas eu não encarava como um negócio
seus anéis brilhantes e safados, relevos ondulados e saborosos,
sua brisa passou como um furacão nos meus cabelos
viajou pelas fibras óticas e caiu no esquecimento
não há mais porcelana para quebrarmos,
não há diamantes para reconstruirmos,
nos reduzimos ao pó...
e tudo que vejo são imagens suas nuas
fazendo pose esfarelando no ar
lambendo meu carinho
sentando num ângulo firme, gemendo em seu prazer abafado
seus sons só ficaram na memória e as vezes os resgato pra sair da rotina
não quero reviver passado,
mesmo vivendo amargurado
levo levando sossegado
até as faces de vocês sumirem por completo
esquecer daquela época de cara esperto
que vivia com uma ou mais pedrinhas brilhantes na minha cama...
já esta na hora de encarar os fatos
vontades são só vontades,
realizações valem mais do que simples prazer, e é assim que tudo se vai
castelos, sombras, prédios,
carruagens, saias, tédio,
calcinha, amor, remédio,
me tira desse inferno,
me coloca entre seus seios
e me leva pro incerto
deixaremos nossas fantasias falarem por nós
mas essa insatisfação não vai cessar,
talvez sim, no meu fim.
(FOTO : desconhecido)
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